Desta vez não foram os projetos aprovados, reprovados e os debates acalorados que chamaram atenção na câmara de Lajeado. Uma moção de apoio para construção da ponte sobre o Rio Taquari, entre Lajeado e Estrela recebeu sinal positivo. Dos 15 integrantes da casa, apenas Rosane Cardoso (PT) não assinou o documento criado durante a reunião desta terça-feira, 15.
O assunto inclusive foi abordado por Ramatis de Oliveira (PL), que comparou a possível ligação do bairro Carneiros com a Linha São José, em Estrela, onde a previsão é construir um aeródromo pelo empresário Roberto Lucchese, defensor da proposta da ponte com orçamento estimado em R$ 90 milhões. “Não há outro projeto que tenha plausibilidade de ser aprovado. Na comparação com o projeto de Cruzeiro, um custa uma fortuna e não vai ser contemplado, temos que botar os pés no chão. Temos que ser realista”, defende.
Ao longo do dia, iniciaram as sondagens de solo por meio de iniciativa do empresário com o objetivo de aprofundar os estudos técnicos para a construção da ponte. As perfurações ocorrem nas proximidades do aeródromo de Estrela e junto à Univates, em Lajeado.
A outra proposta foi apresentada há mais tempo e prevê uma ponte entre Cruzeiro do Sul e Estrela, com investimento próximo de R$ 300 milhões. O estado não decidiu se alguma das alternativas será aceita para receber recursos do Funrigs.
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Projeto contra pedágios barrado
Exatos três meses após ser protocolado, teve fim o debate sobre o projeto de não anuência aos pedágios. A matéria idealizada por Mano Pereira e Ramatis de Oliveira, ambos do PL, e acompanhada por outros vereadores sequer chegou a ser votada. Um parecer de ilegalidade assinado pelo assessor jurídico da casa Natanael dos Santos foi aceito por maioria de votos, o que encerrou a tramitação do texto. A matéria declarava Lajeado contrário a instalação de arcos do sistema free-flow em trechos de rodovias no território do município.
Votaram em favor do parecer: Eder Spohr (MDB), Marquinhos Schefer (MDB), Paula Thomas (PSDB), Rosane Cardoso (PT), Cascão (PP), Heitor Hoppe (PP), Lisandra Quinot (PP) e Lorival Silveira (PP).
Contrários: Ramatis de Oliveira (PL), Mano Pereira (PL), Neco Santos (PL), Jones Vavá (MDB), Waldir Blau (MDB) e Antônio Oliveira (Podemos).
Projeto era liderado por bancada do PL (Foto: Henrique Pedersini)
Dívida Zero avança
Após ser sancionado com veto pela prefeita Gláucia Schumacher, o projeto que cria o programa “Dívida Zero” para renegociação de débitos com o município teve seu desfecho com a aceitação do veto às emendas de Éder Spohr (MDB). O vereador sugeriu 100% de descontos nos juros e multas para quitação de dívidas. Com a decisão da câmara, ficam anuladas algumas das alterações ao texto original.
Em paralelo foi aprovado o projeto encaminhado pelo Executivo que fixa os descontos em 80% nos juros e multas para quitação de pendências em até 60 dias após o acordo. Com isso, o “Dìvida Zero” está pronto para ser posto em prática pela administração.
Críticas com cabides
Em seu discurso, Éder Spohr (MDB), pendurou cabides em seu notebook de forma simbólica para abordar a criação da secretaria de Serviços Urbanos e o aumento de cargos no governo. “Acomodar vereador que não se elegeu, sim. Desconto para os eletricistas que ficaram sem trabalho, não. Moral da história: desconto para a população nas dívidas atrasadas, não. Mas, para os companheiros, não pode faltar”, disparou.
O líder de governo, Lorival Silveira (PP) rebateu os apontamentos dos oposicionistas e pediu críticas coerentes, com dados e possibilidade de resolução. “Eu confio muito na Gláucia. E a Gláucia está botando as pessoas no eixo, e muita gente que não se adequar a ela vai ficar pelo caminho”, garante.
Spohr (MDB) ironizou novos cargos criados neste ano pelo governo (Foto: Henrique Pedersini)
Demais projetos aprovados
Outros textos receberam aval da câmara. Dois deles criados por Antônio Oliveira (Podemos). Um dos projetos mantém em 0,25% a alíquota do IPTU para terrenos em que as construções foram destruídas pelas enchentes. A legislação vigente indica a atualização para 1%.
A outra proposta cria um sistema de senhas na Unidade Pronto Atendimento (UPA) e demais espaços de saúde. A ideia é monitorar o tempo de espera da população para serem consultados. “Beneficia tanto o usuário quanto os profissionais que atuam nesses espaços”, define.
Ficou autorizada também a criação de uma comissão especial para avaliar o contrato do município com a Univates sobre a UPA e o modelo de atendimento adotado.
Avançou ainda a inclusão de 58 programações no calendário oficial do município. Entre os eventos estão a Semana Municipal do Skate e o Lajeado Open de Tênis.