Desde a enchente de setembro de 2023, a escola Padre Fernando segue desativada, ainda sem uma solução definitiva por parte do Estado. Tomada pela vegetação e em situação de abandono, a estrutura virou um retrato permanente da tragédia climática que atingiu Roca Sales. Enquanto isso, mais de 200 alunos seguem com as aulas em um prédio alugado da Paróquia São José, no centro da cidade.
O prefeito Jones Wunsch (Mazinho) esteve recentemente em Porto Alegre, onde se reuniu com a secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira. Na ocasião, ficou acertado que Estado e município buscarão juntos uma solução definitiva para a realocação da escola. Algumas áreas já estão sendo avaliadas como possíveis alternativas, e, nos próximos dias, a prefeitura, a Secretaria Estadual da Educação e a 3ª CRE seguirão trabalhando em parceria para definir os próximos passos.
“Estamos em um cenário de destruição. Essa é uma instituição muito importante, um colégio tradicional de Roca Sales, que infelizmente segue nesse estado de abandono. A solução que buscamos não é fácil: requer terreno, obra, estrutura. E esses espaços — grandes e seguros — são restritos e têm alto custo. Temos algumas alternativas, mas nada está definido. Queremos resolver isso o quanto antes, porque os alunos não podem seguir indefinidamente nessa situação”, destacou Mazinho.
Segundo o parecer do Estado, a estrutura antiga será demolida e o terreno, limpo. “Fizemos esse pedido porque o local hoje representa a tragédia. Estamos reconstruindo a cidade para torná-la bonita novamente e solicitamos à secretaria que acolhesse essa ideia”, acrescentou o prefeito. A proposta é transformar a área em um espaço de lazer para a comunidade.
215 alunos seguem em prédio provisório
Desde o início do ano letivo, os 215 estudantes da escola Padre Fernando — nos turnos da manhã, tarde e noite — utilizam as dependências do prédio alugado da Paróquia São José. Segundo a vice-diretora Mircéia Colossi Flores Dalpubel, a situação deixa a comunidade escolar angustiada diante da incerteza.
“Nosso espaço é limitado. Temos apenas quatro salas de aula. O refeitório é compartilhado com a sala dos professores, não temos área adequada para reforço escolar, atividades físicas ou de lazer. Também não há privacidade para atendimento ao público, tudo é muito aberto, o que compromete a segurança. Apesar disso, fizemos de tudo para tornar o ambiente mais acolhedor. A educação é a base e precisamos continuar nos empenhando pelos alunos”, afirma Mircéia.


