A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) prestará esclarecimentos ao Ministério Público (MP) sobre a passagem molhada que ruiu durante a cheia do Rio Forqueta no dia 3 de abril. A estatal defende que a estrutura, construída como alternativa provisória à antiga ponte do Exército, tinha como objetivo garantir o tráfego de veículos pesados entre Lajeado e Arroio do Meio enquanto a nova ponte da ERS-130 estava em obras.
O procedimento foi instaurado pelo promotor João Pedro Togni após o recebimento de uma denúncia questionando os motivos da queda da estrutura. O MP solicitou à EGR o envio do projeto da obra, além da confirmação dos valores investidos na travessia.
A construção da passagem teve início em dezembro do ano passado e foi entregue em 6 de janeiro. Conforme a EGR, a obra envolveu a instalação de 65 aduelas de concreto, formando 13 galerias com dois metros de diâmetro cada. A estrutura tinha 30 metros de extensão e cinco metros de largura, com a pista de acesso composta por uma base de rochas e brita graduada.
De acordo com o presidente da EGR, Luis Fernando Vanacor, a passagem sempre teve caráter emergencial e temporário. “Desde o início, deixamos claro ao Ministério Público que a estrutura era provisória. Nunca houve a intenção de construir uma ligação definitiva no local”, afirmou.
Vanacor também explica que as obras só puderam começar em dezembro devido à melhora das condições climáticas e ao nível mais baixo do rio. Segundo ele, os trabalhos foram essenciais para evitar um colapso logístico entre os municípios durante o período de obras da nova ponte da ERS-130, liberada ao tráfego em 6 de abril.
Ainda segundo a EGR, não houve perda total dos materiais empregados. As galerias, por exemplo, poderão ser reutilizadas em obras de drenagem em Arroio do Meio. O município já solicitou a retirada e o aproveitamento do material. “O valor investido não foi perdido. Parte da estrutura pode ser reaproveitada, e os acessos também”, reforçou Vanacor.